domingo, 1 de dezembro de 2019

Dedicação, Consistência e Integridade


Dedicação, Consistência e Integridade.
Reparei recentemente nas obras a decorrer na “Boa Malha” ou "Bazar Saloio" há já algum tempo, fechando um ciclo de quase três décadas de permanência das inquilinas. Já com a saída do António Marques da Silva (Tangui), da ex Mercearia das Ratas onde esteve por mais de 30 anos numa constante e dedicada permanência, veio-me à memória que poucos são os negócios de porta-aberta que se conseguem manter em Fontanelas há mais de 30 anos com as mesmas pessoas, no mesmo local, num constante e consistente desempenho, dia após dia, mês após mês, ano após ano.
Também a reforçar todo este pensamento, lembrei-me da Soledade da Mercearia da Viúva, dando um final abrupto a um ciclo da permanência da mesma pessoa e no mesmo local durante mais de setenta anos, já que lá nasceu e morreu. A Nanda da Papelaria está no mesmo local, com o mesmo negócio, diariamente, constantemente, sem falhar, há quarenta anos!!! É de louvar esta persistência e resiliência. A Tia Eva do Caxiné na drogaria, embora nem sempre no mesmo local, há mais de 40 anos, praticamente, todos os dias a abrir a porta para os fregueses que querem parafusos, pregos ou um litro de petróleo. Também a padaria conta com uma das pessoas que há mais tempo zela pela entrega de pão fresco diário: A Zeca. Difícil igualar tanta dedicação. Também não nos podemos esquecer que de porta aberta temos que contar com a Capela, tendo como inquilina fixa a Nossa Senhora da Esperança, residente há muitas décadas neste local e sucessivamente assessorada ao longo dos anos por párocos de passagem. Mas porque nessas questões tenho uma opinião própria, de fé católica não alvitro e de almas não percebo, ficamo-nos por aqui.
É difícil manter negócios de aldeia. É cada vez mais difícil pela sua dimensão e limitada possibilidade de expansão, já que o crescimento de um negócio tinha muito a ver com o fluxo pedonal de pessoas que, diariamente, passam à porta, não contando com o comércio eletrónico, obviamente.
Nos negócios da aldeia, talvez a área mais difícil e desgastante seja mesmo a restauração. Pela rotação de sucessivos donos e inquilinos dos bares, cafés e restaurantes, dá para entender que não é negócio fácil. Tem muita rotação. É stressante, desgastante, suga-nos o tempo, a vida e não compensa, na maior parte das vezes. Sei com exatidão do que falo. Neste cenário da restauração de Fontanelas temos um estabelecimento que se destaca: O Café Coelho. E aqui a coisa pia fino. Temos um café que se destaca, sempre com as mesmas pessoas, no mesmo local, há 33 anos. Tenho uma profunda admiração pelas Irmãs Sandra, Célia e Lena Coelho. A Sandra sempre a mexer, a Célia aparentemente antipática, é das pessoas mais simpáticas e corretas que conheço, para além de ter um profundo sentido de humor. A Lena é a relações públicas e, na minha perceção, a “cara” do negócio. Sempre que vou ao Café Coelho a Sandra, a Célia e a Lena recebem-me sempre com a sua particular forma simpática e acolhedora, havendo sempre tempo para uma risota sobre um qualquer assunto na ordem do dia.  Estas raparigas, hoje mulheres, fizeram com que, ao longo de mais de 30 anos, o Café Coelho se conseguisse manter com muita dedicação, consistência e integridade sendo, no meu entender, uma das principais referências na restauração da nossa zona, pela sua consistência, resiliência e serviço. Se a memória não me atraiçoa, faz este Dezembro 33 anos que abriu as portas. 33 anos de Serviço consistente, dedicado, pontual, onde os padrões de qualidade estão praticamente incólumes desde o início da atividade. Um particular obrigado à Sandra, à Célia e à Lena pela “teimosia” de servirem os clientes com a sua particular forma de ser e estar. O café Coelho é, sem dúvida, um local a preservar para que todos possamos usufruir deste espaço especial em Fontanelas.
Como não devemos pedir muito de cada vez, venham mais 33 anos.
Parabéns às manas Coelho.


6 comentários:

  1. Parabéns ás manas Coelhas pelos 33 anos de simpatia, dedicação e bom acolhimento e ao Carlos Camacho por mais um excelente trabalho.

    ResponderExcluir
  2. Parabéns! As aldeias são as pessoas que nelas habitam, com o seu cariz e perseverança. Força primas, para seguir em frente!

    ResponderExcluir
  3. Eu,so suspeito... O ti Zé coelho (pai das meninas,)...antes de eu nascer já ia levar o pão à meu portão na santinha (pinhal da Nazaré)... Assim foi a volta de quarenta e picos anos..até se reformar...o meu pai saudoso pai é de fontanelas e sempre que vou a fontanelas,vezitar a família à rua do alfaiate (porque o meu avô americo e meu tio domingos, eram alfaiates... Vou sempre fazer uma vezita ao café coelhos... PS:Sandra, eu não me esqueci que devo 1€...

    ResponderExcluir
  4. É o meu café, sempre me recebeu bem, gosto, feliz natal e bom ano abraço ao velhote Coelho e boas melhoras, para as meninas o meu respeito e beijinhos, Jorge Figueiredo.

    ResponderExcluir